11 de nov. de 2013

Guardian Angel - Primeiro Capítulo - New Life

Alice Garcia POV

E lá estava eu novamente, mudando de país, cidade, escola, tutor e vida. Resumirei um pouco: Quando eu tinha mais ou menos uns 3 anos de idade, meus pais morreram em um acidente, basicamente eles estavam no prédio da TAM Express, quando um avão atingiu-o matando eles e mais 197 pessoas. Depois disso, ninguém quis ficar comigo, fui levada para um orfanato em São Paulo e acabei ficando lá até meus 6 anos, até que um homem chamado Will resolveu virar meu melhor amigo e arranjou um tutor para mim. Desde então, eu venho mudando de país, escola e de vida o tempo inteiro.

O meu novo tutor se chama Bob Waters, ele tem uma mulher chamada Christina, mas ela não vem muito a nossa casa. Eu agora vou para uma nova escola, nos Estados Unidos, Indianápolis. 
Agora, eu estava apenas no meu quarto de pernas para o alto, lendo um dos meus livros favoritos e tomando um suco, porque aqui nós havíamos regras que não podiam ser desrespeitadas, como "Crianças não tomam café ou qualquer bebida que possa alterar seu estado mental e psicológico". Sinto que essa vai ser uma fase dura para mim. Ouvi Bob me chamar do andar de baixo, fechei meu livro e desci as escadas apenas para ouvi-lo falar-me que vai me levar até a nova escola. Calcei uma sapatilha preta com um laço em cima e joguei a mochila já surrada praticamente do mesmo tom. Usava apenas uma calça jeans clara e meio rasgada, uma blusa um pouco mais descente sem acessórios. Acho que estava normal, no quesito adolescente-que-não-está-muito-afim-de-se-produzir-para-ir-a-escola.

Durante o caminho, eu apenas escutava o barulho do motor de seu carro ranger, um barulho um pouco irritante. Quando cheguei à escola foi normal, a diretora nos recebeu e eu fiz minha ficha de inscrição. Já estava acostumada a passar pelos corredores onde todos me olhavam. Todas as aulas foram assim: me apresentei, copiei coisas do livro e logo depois o intervalo. Até agora não havia arranjado nenhum amigo, e já era a hora do almoço. Não me surpreendi quando vi o grupo de patricinhas, nem o dos esquisitos, mas ao ver que havia alguns caras conversando no canto, me chamou atenção. Não porque eram bonitos, mas pelo seu jeito, eles não pareciam ligar para o que os outros pensam. Um deles estava segurando um violão e rindo animadamente, outro estava fazendo palhaçadas e havia ainda mais um que estava apenas rindo e não falando muito. Sorri de canto e me sentei em uma mesa vazia, eu comi tranquilamente.

Logo após sair do refeitório, estava me dirigindo até a biblioteca quando senti um grande impacto me fazer cair no chão, eu fiquei atordoada por alguns minutos mas logo eu consegui olhar quem havia se batido contra mim. Era um daqueles garotos que estavam no refeitório, ele tinha os olhos cor de mel mais lindos que eu já havia visto nesta medíocre vida. Ele ficou me olhando durante alguns milésimos de segundo e em seguida me ajudou a levantar, as pessoas que estavam em volta logo voltaram a cuidar de suas vidas, mas eu ainda estava paralisada com aquele olhar.
— Érr, desculpe, eu estava distraído. Você está bem? — ele perguntou pegando meu livro de Biologia que caiu no chão.
— Estou sim, eu que deveria ter olhado para frente. —  ri sem humor. Ele sorriu de canto e se não fosse pela parede atrás de mim eu teria caído. —  Eu me chamo Alice (nota: pronuncia-se élice em inglês).
— Ér, eu sou Justin! Até mais. — ele saiu de cabeça baixa, uma atitude meio estranha, mas quando ele juntou meu livro eu morri por um segundo e revivi. Eu só consegui dar um sorriso meio torto e dizer um tchau desajeitado. Droga, como eu sou tosca.

[...]

Estava agora em casa, comendo alguns cookies e tomando suco, again, minha vida aqui não tem sido muito divertida. Mas eu sei que durante os primeiros dias, eu tenho que me comportar e não tentar fazer alguma loucura, ou então eu volto para o orfanato. E sinceramente, acho que estou gostando dessa vida que estou levando, ela pode ficar muito interessante conforme o tempo passe. Apesar de que eu nunca fiquei em uma casa tão calma, os outros tutores já tinham filhos e esse pode ter sido um dos motivos pelo qual eu nunca parei na casa de alguém que já era pai. Deve ser porque eu dormi com alguns deles, ou não. Eu peguei meus livros e comecei fazendo o dever de Química, mas eu realmente não parava de pensar nele, tão misterioso, a curiosidade dentro de mim começou a pular no estômago, louca pra saber quem ele é.

Tentei me concentrar, mas só consegui fazer metade dos exercícios. Foi quando eu tive uma ideia, fui até o meu closet e peguei uma calça jeans de lavagem clara, uma blusa de malha branca, minha jaqueta de couro marrom e botas de cano longo do mesmo tom. Fui até o banheiro que se encontrava no meu quarto e me despi, tomei um banho de no máximo 15 minutos e me vesti. Saí e me olhei no grande espelho, eu gostei da minha produção. Fiz uma maquiagem leve, apenas com pó, rímel e um gloss rosinha. Deixei meu cabelo do jeito que estava e desci as escadas, encontrando Bob assistindo futebol no sofá.
— Bob, eu poderia, assim, ir ao shopping? Apenas para passear e conhecer um pouco a cidade ... — fiz cara de anjo quando ele me olhou sério. Mas logo um sorriso se formou em seus lábios e ele fez um sim com a cabeça. Isso sempre funciona! — Muito obrigada! — sorri e peguei minha bolsa no cabideiro, peguei as chaves da casa e saí. Eu não tinha ideia de como iria até o shopping, ou pegava um ônibus ou ia de táxi. Resolvi pegar o que passasse primeiro.

Logo um táxi parou ali perto quando fiz sinal, entrei nele e pedi ao motorista que me levasse ao shopping mais próximo, ele assentiu e assim fomos até o shopping em silêncio. No final eu o paguei e entrei no grande prédio. Primeiramente comecei a olhar as lojas, não pretendendo comprar muita coisa. Depois de uma longa caminhada, eu avistei algumas garotas rindo, me aproximando pude ver um garoto magro caído no chão e com o rosto mais vermelho que um pimentão, ele parecia ser um pouco mais novo. Elas não me eram estranhas, acho que eram aquelas patricinhas da escola. O garoto saiu correndo dali, eu o segui e o encontrei de costas olhando para uma vitrine cheia de eletrônicos. Eu resolvi falar com ele, até porque arranjar amigos não é nada mal. Ainda mais amigos nerds.
— Oi, você está bem? — perguntei chegando mais perto.
— S-sim, estou. — ele disse hesitante.
— Não está, o que elas fizeram com você? — disse parando na sua frente. — Eu vi que você caiu e elas riram, tem certeza que está bem?
— Elas já riem e me xingam há muito tempo, e eu nem sei o porque. — ele falou cabisbaixo. — Mas você não querer perder seu tempo sabendo disso.
— Sabe, eu adoraria perder meu tempo. — eu ri e ele deu um sorriso de canto. Ele era um garoto de cabelos negros, mas seus olhos eram lindos, azuis como o mar e o corpo magro, alto e bonito. — Qual o seu nome?
— Peter, e o seu? — ele perguntou sorrindo.
— Alice! E o que acha de irmos tomar um sorvete? Minha mãe costumava dizer que ele cura qualquer tipo de dor! — eu disse rindo e ele concordou. Nós andamos até uma pequena sorveteria, eu pedi um de creme com morango, enquanto ele pediu de chocolate. Conversamos durante muito tempo, parecíamos ser melhores amigos, quem diria que nos conhecemos a apenas 30 minutos? E ele estudava na mesma escola que eu também.
— Peter, você conhece um garoto chamado Justin? — pude sentir o mesmo ficar tenso, o que era estranho, mesmo sabendo com quem eu falava.
— Er, qual seu sabor de sorvete preferido? — ele tentou mudar de assunto.
— Por favor, fala. Eu preciso saber. — confesso, estava doida de curiosidade.
— Eu tenho algumas aulas com ele, pelo o que eu sei ele não é um bom aluno e tira notas ruins. Não aparece muito nas aulas também, é tudo o que eu sei. — respirei fundo e mudei de assunto, ele me contou um pouco da sua vida e eu contei um pouco da minha, trocamos celulares e ainda demos uma volta pelo shopping. Eu tinha que ir para casa, então me despedi dele e peguei um táxi.

[...]

Eu nunca tive uma vida assim, normal? Eu nunca fui ao shopping com minhas amigas e fiz compras, ou saí para ir no parque com os meus pais, e muito menos joguei conversa fora com meus colegas. Mas sinto que o tempo que irei passar aqui vai ser bom.  E este é apenas o primeiro dia que eu estou aqui. Eu estava, finalmente, conseguindo fazer meus exercícios de Química quando meu celular tocou, era um número desconhecido. Eu fiquei em dúvida, mas atendi mesmo assim.
— Alice Garcia. — alguém falou.
— Oi, quem é? — falei na maior inocência.
— Sou Justin, lembra de mim? Esbarramos hoje. — a cena do que aconteceu veio a minha cabeça e meu coração acelerou. Apesar de sentir um pouco de tensão na sua voz, continuei.
— Ah, sim, lembro. Como conseguiu meu número?
— Tenho meus contatos. — ele falou, eu não pude evitar de rir. — Mas, eu liguei apenas para ter certeza que era você. E para te fazer um convite.
— Convite do quê? — falei tentando não parecer desesperada, pelo menos eu tentei.
— Eu vou dar uma festa na minha casa, no próximo sábado, gostaria de vir? — ele falou e eu não sabia o que responder, as borboletas no meu estômago estavam a mil e meu coração com certeza batia muito rápido. O que eu respondo?

Meninas, esse foi o primeiro capítulo, foi grande já que eu estava com inspiração, eu espero que vocês tenham gostado dele, beeeijos e até mais ;)

Isa 

Um comentário:

  1. Olá tudo bem? Vim retribuir a sua visitinha ao meu blog.
    Gostei muito do seu blog. Ahh já indiquei ele para os meus leitores!!

    Xoxo, Éllen!

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